Essa revista “Vida Simples” dedicada às bicicletas tem realmente informações bem interessantes. Falta ler umas 4 ou 5 páginas, ainda.
Uma delas é de um rapaz que trabalha em um serviço de delivery usando uma bicicleta, e pode chegar a rodar 200 Km em um só dia. É um atleta. Um atleta de fato, compete e tudo.
Mesmo assim (eu não sou atleta) me senti meio derrotado em relação à vida por causa da quinta-feira. O que aconteceu na quinta-feira? Ultrapassei o meu trajeto conhecido até a Boca do Rio, e fui para Piatã pedalando visitar um ex-vizinho e amigo, e, claro, ter uma reunião de trabalho nas redondezas. 13 Km de ida, 13 de volta.
A ida foi incrivelmente difícil. Contra um vento forte e constante me exigiu muita força e disciplina. Um tormento. O pneu da minha bicicleta, por ser mountain bike, é largo com uma zona de atrito enorme, o que me garante estabilidade e esquilíbrio para sobreviver a trilhas diversas, mas prejudica bastante a relação esforço-velocidade. Comecei ali a sonhar com uma bicicleta elegante modelo speed. Com seus pneus fininhos de alta pressão (aguentam mais de 100 libras contra as 30 que enchem o meu pneu) eu estaria mais rápido e menos cansado. Não farei este percurso com frequência. Cheguei morto, levei mais de uma hora e parei pra uma água de coco porque o bicho estava pegando. Isso com 13 quilômetros!
A volta, pelo mesmo caminho de ciclovia, foi de apenas 35 minutos e quase sem cansaço. Pedalei sorridente e tranquilo como num comercial do Itaú. Fui veloz, tranquilo, descansado e satisfeito com a bicicleta que tenho.
A diferença que o vento faz é incrível. Incrível. Onde há mais vento? Na orla. Qual é o pior lugar para se colocar uma ciclovia pensada como meio de transporte? Talvez a orla.
Aposto que o atleta do delivery do pedal não enfrenta estas condições climáticas em seus 200 Km.
Decente, Cacare…
Falando em Vida Simples, dê um saque nessa entrevista no programa de Gabeira, na Band News, com o editor dessa revista e mais outro broder urbanista que faz projetos cicloviários pelo País. Foi ao ar nesse final de semana e eu curti bastante:
http://bandnewstv.band.com.br/colunistas/coluna.asp?idc=182&idn=620986&tt=ccpitcl-ncturcl&tc=entrevistc-com-riccrdo-corr%C3%AAc-e-denis-burgiermcn
Isso me lembrou quando estive em Dublin. Estava voltando de um bairro distante no final da tarde, quando entrei numa ciclovia que fica na orla. Pedalei menos de 100 metros e desisti de seguir em frente com o vento contra. Dei meia volta e o vento me empurrou pela distância que eu tinha pedalado! Não precisei dar mais que dois giros no pedal. Aí pedalei até a estação e peguei um trem pra voltar ao centro.
Achei que somente eu sentia essa dificuldade com relação à ida para Piatã. Esses dias achei que meu freio estava preso na roda de tão absurdo que era o esforço para pedalar até Piatã. A volta, uma maravilha. Sobre o delivery, é esse? http://vimeo.com/41982043 Abraço.
O esforço ficou meio absurdo algumas vezes. Parecia que eu estava puxando um anãozinho em um skate amarrado na bicicleta.
O cara do delivery que está na revista Vida Simples é de São Paulo =)